O “Encontro do Saber” foi realizado em reservas extrativistas de Rondônia e do Acre, promovido pela Ecoporé e ICMBio, com apoio do Fundo Lira.
Os encontros realizados são parte do Projeto "Monitoramento Participativo da Castanha-da-amazônia (Bertholletia excelsa Bonpl.): consolidando ações e gerando informações para a sustentabilidade ecológica e socioeconômica da espécie”, coordenado pela ECOPORÉ, apoiado pelo Fundo LIRA gerido pelo IPÊ, com financiamento do BNDES e Fundação Moore.
Esta ação complementa as atividades do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Programa MONITORA), que monitora 9 castanhais da Reserva Extrativista (RESEX) Cazumbá-Iracema, no Acre, e 7 na RESEX do Rio Cautário. Nesses anos de monitoramento, foram analisadas a proporção de castanheiras por classe de tamanho, os fatores que mais influenciam na quantidade de castanha coletada pelos extrativistas, a evolução da produção, a saúde dos castanhais, custo médio para produção e potencial produtivo do castanhal.
Dados que, ao serem compartilhados no evento “Encontro do Saber”, são fundamentais para a produção sustentável das comunidades.
Na RESEX do Cazumbá-Iracema, o encontro foi realizado no dia 11 de outubro, aprofundando a discussão do monitoramento da Castanha-da-amazônia e participaram os extrativistas donos de castanhais, lideranças da comunidade, agentes ambientais, gestores e jovens alunos do ensino médio da escola Estadual localizada na RESEX.
Na RESEX do Rio Cautário, o evento aconteceu em dois momentos, nos dias 6 e 7 de outubro, também para divulgar os resultados do monitoramento na unidade, tanto da castanha quanto dos animais observados, como aves terrícolas, mamíferos de médio e grande porte, borboletas frugívoras e da contagem e manejo do pirarucu, que é uma espécie invasora no Rio Cautário e na bacia do Rio Guaporé.
Nessa RESEX, o encontro foi dividido em dois dias: no primeiro dia os monitores que coletam os dados conheceram os resultados das análises feitas pelo Centro de Pesquisa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No segundo dia, os próprios monitores apresentaram os resultados da pesquisa para a comunidade.
“Mesmo morando na RESEX do Rio Cautário e sendo extrativista, com o monitoramento passei a ter conhecimentos mais técnicos sobre os animais e a floresta. Esse encontro foi importante para compartilharmos esse conhecimento com a nossa comunidade”, relata Jardson Silva Costa, extrativista e morador da comunidade Laranjal, agente temporário ambiental e monitor da biodiversidade.
Esses momentos de “Encontro do Saber” são uma tecnologia social desenvolvida no âmbito do Programa MONITORA e no Projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade, parceria do ICMBio e do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).
“Esse momento do encontro é muito importante, porque era sempre uma demanda das comunidades, para saber para que esses dados que eles estão coletando estão servindo. Além de trazer os resultados, a gente faz uma discussão do que eles representam junto com as comunidades, absorvendo esse conhecimento tradicional e conseguindo realmente respostas ou perguntas eficazes e mais embasadas sobre o monitoramento da biodiversidade”, explica Rafael Rossato, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa de Primatas Brasileiros (CPB).
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