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Oficina resgata história da castanha-da-amazônia e do povo Paiter Suruí

Foto do escritor: comunica Ecoporécomunica Ecoporé

Atualizado: 10 de mar.


A relação entre o povo Paiter Suruí e a castanha-da-amazônia foi o tema central da 1ª Oficina da História da Castanha-da-Amazônia e do Povo Paiter. A iniciativa teve como objetivo fortalecer a cadeia produtiva da castanha por meio do resgate histórico, da valorização do conhecimento tradicional e da troca de experiências sobre práticas de pré-coleta, coleta e pós-coleta.


A comunidade, por meio da Associação Gap Ey, viu no projeto uma oportunidade de fortalecer a língua Paiter Suruí por meio da escrita, utilizando o tema central da oficina. Apesar de ainda não ser normatizada, a língua Paiter é um recurso essencial para registrar os conhecimentos tradicionais do povo, que correm o risco de se perder entre os mais jovens.



A oficina reuniu mais de 30 participantes, em sua maioria mulheres, que tiveram participação ativa no processo. Jovens da comunidade também se envolveram, especialmente na ilustração das histórias que integrarão o livro produzido a partir do encontro.


Durante as atividades, os participantes tiveram contato com os relatos de Gakaman e Imakor, os mais antigos conhecedores da comunidade. Gakaman, o primeiro Paiter a ter contato com não indígenas, compartilhou suas memórias na língua Paiter, com tradução feita por professores e anciãos.



O cacique e professor da comunidade, Joaton Suruí, destacou que o projeto trouxe melhorias, especialmente no manejo da castanha e na capacitação dos envolvidos. "Com a parceria da Ecoporé, conseguimos aprimorar nosso trabalho no castanhal e adquirir ferramentas importantes, como quadriciclos, canoa e barco, que ajudarão na coleta."


A equipe responsável pelas atividades e pela produção do livro é composta por membros da associação Gap Ey e pela pedagoga Laíde Maria Ruiz Ferreira, que tem atuado na sistematização dos conhecimentos Paiter em livros e artigos já publicados. O trabalho de registro bilíngue conta com três professores indígenas, sendo uma professora e dois professores. Joaton Suruí foi premiado em 2008 com os prêmios "Professor Nota Dez" da Fundação Victor Civita e "Professor do Brasil" do Ministério da Educação (MEC), pelo trabalho de documentar os saberes Paiter por meio da escrita. O professor Luiz Weymilawa também recebeu os mesmos prêmios, em 2016 e 2018.



A oficina faz parte de um esforço coletivo para documentar e preservar a relação do povo Paiter Suruí com a castanha, promovendo a valorização de saberes tradicionais e o aprimoramento das práticas de manejo. A iniciativa da Associação Gap Ey integra o projeto Floresta+ Amazônia, executado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e financiado pelo Fundo Verde para o Clima.


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