Ecoporé reforça preparo técnico e institucional para levar restauração às propriedades rurais
- Juan Rodrigues

- 4 de ago.
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Em meio aos avanços das ações de restauração ecológica na Amazônia, a Ecoporé tem apostado cada vez mais em momentos de fortalecimento interno. Um exemplo disso foi o recente Alinhamento Institucional, que reuniu profissionais de diferentes áreas para reafirmar o compromisso com a qualidade técnica e com os territórios atendidos.

Segundo Flávio Santos, gerente de Inteligência Territorial, encontros como esse são estratégicos para “manter o padrão do trabalho que a gente tem executado e também reafirmar os compromissos institucionais com o público atendido, com as comunidades, com os territórios e com a manutenção da floresta em pé, que é o nosso principal propósito”.

Na prática, o objetivo é alinhar o conhecimento técnico às necessidades do campo. Como destaca a engenheira florestal Cemilla Carmo, é essencial entender os objetivos institucionais para traduzi-los em ações concretas: “A gente tem que estar alinhado com a instituição para levar esse processo e essas metas para o campo. Está aqui para aprender e fazer o repasse, e nesse repasse, a gente procura melhorar a vida dos produtores”.
A engenheira agrônoma Sueli Barbosa reforça esse papel dos extensionistas: “A gente atende muita gente, e esse é o momento de todo mundo junto entender como a Ecoporé funciona, quais são os benefícios que estamos levando aos agricultores”. Para ela, o intercâmbio de experiências e a troca de saberes entre os profissionais deve acontecer com frequência.
Na avaliação do engenheiro agrônomo Wamberto Mendeiro, esse tipo de iniciativa traz impactos diretos para o dia a dia das famílias: “Você leva a restauração para a propriedade e vai mudando a vida do produtor. Produtores que passaram por déficit hídrico, por exemplo, agora mantêm a capacidade hídrica da propriedade, garantindo sustento para a família”.
O Alinhamento Institucional evidencia que, por trás de cada muda plantada e nascente recuperada, existe uma equipe em constante preparação — estudando, escutando e adaptando-se para que a floresta em pé também seja um caminho de desenvolvimento para quem vive da terra. A engenheira florestal Geisi Andrade destaca o papel transformador da extensão rural: “A gente vai para auxiliar e tentar melhorar um pouco mais o que eles já fazem”.
Esses esforços se conectam com a longa trajetória da Ecoporé em restauração ecológica e assistência técnica na região. Um dos marcos dessa atuação é o Projeto D’Alincourt, iniciado em 2007, com apoio de 151 propriedades rurais. A proposta buscava identificar matrizes de sementes e restaurar nascentes em uma área de 120 hectares no igarapé D'Alincourt. Em 2013, o projeto foi expandido para mais 59 propriedades, e estudos com geotecnologia analisaram a dinâmica da vegetação de 2005 a 2021.
É o que lembra Marcos Afonso da Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a parceria com a Ecoporé tem sido um processo de aprendizado mútuo: “No início, houve resistência, como acontece com tudo que é novo. Mas hoje os mesmos agricultores reconhecem e agradecem. O volume de água que têm em suas propriedades mudou a realidade deles”.









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