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Povo Apurinã produz alimentos e restaura floresta degradada por invasores no sul do AM


Nesta primeira etapa do projeto, a comunidade recebeu equipamentos e implementos para manutenção e ampliação dos SAFs (Foto: Vanessa Fernandes)

Localizada a uma curta distância da área urbana do município de Lábrea, no Sul do  Amazonas, a Terra Indígena Caititu está entre os territórios com maiores índices de desmatamento na Amazônia. Realidade que reflete na diminuição de recursos como caças, peixes e plantas medicinais, que são de extrema importância para as comunidades que habitam o território. Como alternativa de proteção e sobrevivência, indígenas Apurinã da aldeia Novo Paraíso vem promovendo ao longo dos anos ações de restauração das áreas degradadas e inserção social e produtiva de mais de 30 famílias ligadas a Associação dos Produtores Agroextrativistas da Comunidade Indígena Novo Paraíso - APACINP.


Marcelino Apurinã, liderança da comunidade Novo Paraíso (Foto: Vanessa Fernandes)

No final do ano de 2023, como forma de fortalecer e ampliar estas ações - realizadas pelo povo Apurinã há mais de 15 anos com apoio da Operação Amazônia Nativa (Opan) por meio do projeto Raízes do Purus -, a Ação Ecológica Guaporé iniciou a execução do projeto de “Recuperação de áreas degradadas da Aldeia Novo Paraíso para manejo e ampliação dos sistemas agroflorestais” em parceria com a APACINP, como entidade implementadora, por meio do Projeto Floresta+ Amazônia na modalidade + Comunidades. A iniciativa é uma realização do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com  apoio do Fundo Verde para o Clima (GCF).


Nesta primeira etapa do projeto, já foram entregues para a comunidade ferramentas e equipamentos para manutenção dos Sistemas Agroflorestais já existentes, limpeza das áreas de ampliação e a restauração de mais oito hectares de áreas degradadas, como cavadeiras boca de lobo, pás, rastelos, picaretas, carrinhos de mão, machados, roçadeira, motosserra, luvas, sacos de ráfia, equipamentos de proteção individual, como perneiras e botas entre outros.


Estão previstos ainda a aquisição de motocicleta, a construção de aviário, fornecimento de adubos e sementes, além de disponibilização de horas máquina para preparação de área para plantio, entre outros equipamentos e implementos para realização das atividades produtivas e de restauração.


O projeto tem duração total de dois anos e foi totalmente construído a partir das demandas e anseios da comunidade. “A gente já vinha trabalhando com o reflorestamento e precisávamos de apoio, foi aí que chegamos até a Ecoporé, que vai nos apoiar nessa ação. Já recebemos os equipamentos e estamos prontos para trabalhar”, relata a liderança indígena do povo Apurinã Marcelino Apurinã durante a entrega dos equipamentos na aldeia Novo Paraíso.


Reunião de alinhamento com a comunidade (Foto: Vanessa Fernandes)

Equipamentos de escritório, como computador e impressora, e material de papelaria também estão entre as aquisições, numa forma de apoiar e fortalecer a gestão da associação pela comunidade e das próprias ações do projeto. “Esperamos, ao final, não só aumentar a autonomia e a capacidade de ações para recomposição florestal da comunidade, como também o fortalecimento da associação e o enriquecimento dos Sistemas Produtivos Sustentáveis já desenvolvidos por eles há mais de 15 anos”, finaliza Ana Paula Albuquerque, gerente de Educação da Ecoporé e coordenadora do projeto.


Atividades formativas sobre a importância dos SAFs para a segurança alimentar, acesso a políticas públicas para aquisição de alimentos (PNAE, PAA, PRONAF, PREME),  Vigilância territorial = uso de GPS, realização de etnomapeamento, sistematização de informações , coleta e armazenamento de sementes e a recuperação de oito hectares de área degradada também estão entre as ações do projeto.




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